Falar  daquilo que não queremos ver nas nossas comunidades e na nossa Igreja. Falar sobre o que não foi falado, mas que existe. 

Foi realizado um curso online de dois dias sobre "Falar do que não se fala" conduzido pela Irmã Ianire Angulo Ordorika, ESSE. Participaram mais de 450 religiosas, religiosos e leigos. 
Muitos estão envolvidos, de várias formas, no campo da prevenção do abuso físico e sexual, bem como do abuso de poder e de consciência.

A Irmã Ianire salientou os elementos da Vida Consagrada que podem contribuir para o abuso, fazendo com que seja visto como normal e, portanto, não "falado", 
tornando-a não só um problema psicológico e espiritual, mas também um problema comunitário e estrutural.

Um dos pontos mais delicados é precisamente a relação com as vítimas, que "não falam quando querem, mas quando podem". 
Há um risco grande de re-vitimizar estas pessoas com atitudes ou palavras que, gratuita e muitas vezes inconscientemente, causam ainda mais dor às vítimas de abuso que decidem falar sobre isso.

Os comentários e perguntas dos participantes reconheceram a necessidade que as congregações têm de levantar o véu sobre as dinâmicas e práticas que encorajam diferentes formas de abuso. 
A importância da formação a diferentes níveis, em particular de superiores e formadores, foi também salientada.

O empenho da UISG nos últimos anos tem sido grande, como explica a missão da Comissão de Salvaguarda: "A nossa missão é estar ao serviço dos homens e mulheres na liderança congregacional para fornecer apoio e formação na área da salvaguarda. 
Concentramo-nos em muitos aspetos do abuso que podem ocorrer, incluindo abuso sexual, espiritual e psicológico".

Encerramos o curso com um desejo: que "na vida consagrada aprendamos a construir em conjunto estruturas que permitam às mulheres que entram nas nossas congregações a serem pessoas livres em conformidade com o que Deus sonha para nós".

Foto

Slides primeiro encontro (ES)

Slides segundo encontro (ES)

Artigo de Irmã Ianire (ES)

Vídeo de reuniões